Todo e qualquer um que aspira , quer conhecer, fazer parte do chamado Mercado de Luxo, não podem deixar de conhecer a historia de um brasileiro de (muito) sucesso, CARLOS FERREIRINHA.
Hoje , fundador da MCF Consultoria e da Bento Store (uma loja de mobile food, as tradicionais marmitas reinventada, bolsas e garrafas que podem ser térmicas, um luxo), sempre foi referencia de luxo na América Latina.
Ex-presidente da Louis Vuitton Brasil (cargo que assumiu aos 30 anos) esse filho de portugueses, nascido em São Gonçalo - RJ, iniciou cedo sua vida profissional, ajudando o pai no Bar da família.
Mais tarde, Boy e recepcionista (bilíngue) no primeiro Flat Service do Rio de Janeiro, até entrar na EDS ( Eletronicy data System), a maior empresa de tecnologia de informação do planeta nos anos 80, depois de um incidente com o então diretor da empresa Cris McGarry, que, depois de um mês do ocorrido, impressionado com a postura do jovem Ferreirinha, pediu seu currículo e na sequência de entrevistas, foi de imediato contratado. Isso, aos 19 anos de idade.
Na empresa, logo surgiu a expectativa de se tornar um "embaixador" da marca, cargo nunca antes exercido por um Latino e, depois de uma crise sofrida na empresa na qual Ferreirinha surpreende a todos com sua negociação, passou a ser observado e na sequência de inúmera entrevistas e video conferências, Ferreirinha , aos 22 anos conseguiu devido a sua competência, e graças aos investimento da mãe Idalina ao pagar o melhor curso de inglês da cidade logo cedo e permitir o estudo em colégio e faculdades particulares, mesmo com sacrifício ao filho, ( estava ali o resultado de tamanha dedicação) o cargo que seria responsável pela sua primeira experiência internacional.
Como executivo da EDS por 8 anos, tinha 22 quando realizou o sonho de sua primeira viagem internacional. Formado em Administração de Empresas, foi para os US assumir o cargo de Embaixador Internacional de marketing da empresa, espécie de diplomata para relações com grupos internacionais. Aos 24 anos, dois anos depois, o sonho americano chego ao fim, com a volta para o Brasil como Diretor de Marketing da empresa, cargo que exerceu por 2 anos, depois desse cargo, seu nome foi cogitado para assumir a vice-presidência, quando Ferreirinha recuou. "Possivelmente chegaria a vice-presidência da EDS - já prévia - mas não me enxergava nesse perfil. Larguei tudo e passei 8 meses na Europa".
E ainda havia muita vida e historia pela frente.
Após a estadia europeia, voltou renovado para o Brasil e seu mercado. Nesta época foi procurado por um Head Hunter , que procurava um diretor de marketing e comunicação para a Louis Vuitton na América do Sul (Argentina, chile e Brasil).
Na ocasião, existia outras oportunidades, mas Carlos embarcou para Paris, aonde participou de 18 entrevistas ( e nós ainda achamos que por todas as que passamos são todas inúteis e provavelmente não nós leva ao cobiçado cargo, diferente das Labels locais, as marcas internacionais tem critérios diferenciados de avaliação, e, lá, funciona) sendo que a última foi com Yves Carcelle (falecido em 2014) , na época, presidente mundial da LV.
Verdadeiramente Yves era um visionário, enxergava o futuro do Mercado de Luxo como poucos ainda o fazem, e imediatamente "implantou" em Ferreirinha a vontade de entrar para a empresa.
Na época a LV contava com um escritório improvisado em São Paulo, e um estoque (uma escada na loja dos jardins), que , se chovesse cairia água nas caixas, nada profissional.
O braço latino da marca era Buenos Aires, e foi para lá que Ferreirinha mudou para fazer a marca acontecer na América Latina.
Em Buenos Aires, o escritório era dirigido por Pierrer Crouzillard. Ele tinha câncer, e 22 dias após a chegada de Ferreirinha a capital Portenha, foi afastado para se internar.
"No quarto do hospital, Pierre recebia relatórios de tudo o que eu fazia na semana. Era o presidente e preservei esse respeito" conta Carlos, deixa claro com essa postura seu profissionalismo sempre.
Quando Pierre morreu sua esposa disse que Carlos era "o braço que ele não tinha mais".
Não foi um período fácil, mas a personalidade e a força de vontade de nosso amigo, fez dali a sua grande oportunidade.
O Executivo lutou e elevou a marca na região a outro patamar.
A América do Sul ficou pequena, e o grupo associou o Caribe a direção do nosso determinado executivo.
Mas, cuidar de todo esse mercado não é fácil, e as viagens constantes, cansativas.
Foi então que se criou a divisão Brasil para tê-lo como presidente.
Adverso a títulos e sim a desafios, Ferreirinha negou o cargo.
Numa ponte aérea entre Rio e São Paulo, e uma conversa de 40 minutos com o presidente das Américas da LV Tom O'Neil, convenceu Ferreirinha , que aos 30 anos , tornou-se o presidente mais jovem do grupo LVMH (Moet Hennessy-Louis Vuitton).
"O luxo precisa ser gerido com simplicidade" acredita Ferreirinha. "Aprendi isso com Yves Carcelle: Olhe para o luxo, admire o luxo, mas trabalhe como uma operação de negócios". Ai olha lá trás e vejo o botequim do meu pai. É trabalho".
Ferreirinha sabe como poucos decifrar enigmas de um setor que movimenta bilhões de dólares no Brasil , parte dele somente em vestuário. "Luxo é a inacessibilidade e o grande desafio do setor é lidar com a expansão necessária dos negócios" afirma. Como analista , explica que muitas marcas, como a Dior e Louis Vuitton , expandiram-se com sucesso, mas correm o risco de sair do patamar luxo inacessível para o luxo intermediário. "As marcas precisarão fazer ajuste para comprometer o desejo de algumas pessoas que queremos ter como clientes"
A lógica é dar o luxo a sensação do inatingível. A imagem da personagem de Audrey Hapburn admirando a vitrine da Tiffany em Bonequinha de luxo (1961) é emblemática para definir esse poder. Não se pode confundir esse desejo com intimidação.
"A Intimidação vem da sensação causada ao indivíduo de ser preterido. Isso Existe? É claro que sim, mas deve-se trabalhar pelo fim desse comportamento.
Estar na vanguarda do marketing do luxo é fazer o cliente acreditar que , quando tomar a decisão de entrar na loja terá uma experiência única, a partir de então, o gosto depura.
E valores nesse caso, não está em pauta. Qual a diferença entre ter um relógio de uma marca de ponta no mercado de luxo internacional, ou fazer a viagem do seus sonhos? Prazer é prazer." Independente do momento econômico que estamos vivendo , a concepção do nosso executivo está correta.
Muita gente acredita que Ferreirinha aprendeu do Luxo na Louis Vuitton, mas não, foi na empresa de tecnológica EDS, racional, maremática, que a experiência surgiu, a EDS no caso, era objeto de desejo, a LV foi consequência.
Deixando o cargo de Presidência da LV após uma ano e meio, e em 2011 Ferreirinha fundou a MCF Consultoria e Conhecimento, empresa que traduz, e aplica ferramentas de gestão de luxo.
Com uma forte lista de clientes , a MFC como diz seu fundador " é uma pequena empresa que se projeta grande".
Carlos Ferreirinha, um empresário que levanta as 5:30 da manhã, vemos sua empresa crescer diariamente no mercado de consultoria, faz e administra palestras sobre o Mercado que domina e, talvez esse seja a realização do sonho daquele menino de São Gonçalo.
Talvez as perspetivas do Mercado Brasileiro tenha mudado , o mercado tenha se retraído no mundo todo, afinal, estamos passando por momentos de crises sociais, econômicas em diversos setores , mas o conceito de luxo, como ele deve ser administrado, como o publico alvo deve ser tratado e atendido nos seus desejos, não mudam, e Ferreirinha é um mestre, um exemplo a ser seguido.
Este texto foi baseado em entrevistas, e na biografia escrita por Camila Balthazar
"Carlos , eu realmente acho que você e sua empresa são grandes mágicos. Mágicos porque a sua intuição é tão forte quanto a sua razão, e você sabe como combinar seus dois hemisférios para extrair o melhor. Sua experiência é fantástica. Você tem um talento incrível." Roland Herloy (Hermès/Vilbrequin)
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