domingo, 30 de agosto de 2015

O estilo das marcas - Christian Dior

Semana mais do que badalada , em lançamento cinematográfico fashion, com muito glamour e glamurettes em alvoroço, pois se trata do documentário Dior e Eu, do diretor Frèdéric Tcheng, contando os bastidores do primeiro lançamento de Raf Simons, para marca DIOR.
Mas, que tal saber , quem foi e a historia atrás da marca de CHRISTIAN DIOR para poder impressionar suas amigas após a pipoca do cinema?

Ícone da moda de alta costura.
Não se consegue separar a historia da moda e a de Christian Dior, inventor do "New Look", que transformou sonhos em vestidos. Com certeza, uma das marcas com mais influencia e chique no fascínio e extravagancia do mundo fashion da alta costura.
Designer criativo, inovador, que adorava "quebrar" tendencias.
Moda para mulheres, homens, crianças, jóias, perfumes, relógios, maquiagens e acessórios de muito estilo. Hoje a Dior é sinônimo de luxo e admirada no mundo inteiro.


Até hoje conhecido e considerado o new look da moda internacional, Christian Dior era uma pessoa temperamental, difícil e complicada de se lidar, apesar de muito tímido , porém, conhecia como ninguém o seu ofício quando criava seus croquis para a alta costura francesa.
Nasceu em 21 de janeiro de 1905, no balneário de Granville.
Filho de família de posses, burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que garantiu a Dior, uma infância e juventude tranquila.
O jardim de sua mãe Madeleine e suas roseiras, inspiraram o futuro estilista  a criar seus modelos florais e orientais, para , como o próprio dizia "embelezar as mulheres".
Mesmo com grande interesse as artes, estudo ciências políticas seguindo a influência do pai na intenção de vir a se tornar , diplomata.
Após o término do seu curso, gastou seu tempo viajando pela Europa, até que em 1928, abriu uma pequena Galeria de Arte, tendo como sócio o amigo Jacques Bonjean, onde os amigos vendiam de desenhos de Picasso a ilustrações de Christian Bérard.
Mas a crise econômica mundial forçou o fechamento da pequena galeria de arte.


Em meados de 1934, Dior que enfrentava problemas financeiros desde 1931, muito em virtude da crise econômica mundial, enfrentou uma grave doença que o obrigou a deixar a capital francesa para sua recuperação (Dior foi acometido por uma Tuberculose).
Em 1935, já recuperado e disposto , esse francês da Normandia começou a desenhar croquis para o jornal parisiense Figaro Illustre, em publicação semanal na seção de alta costura.
Depois de criar e vender uma coleção de croquis de modelos de chapéus , o talentoso Dior, começou a desenhar croquis de roupas para várias Maisons da capital francesa, e , em 1938, se jogou de cabeça no mundo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piquet.
Infelizmente, nesse período , tteve inicio a 2ª Grande guerra mundial e Christian Dior foi convocado.


Em 1941, trabalhando para o estilista francês Lucien Lelong, o estilista então com 41 anos sonhava em ter sua própria Maison.
Foi então que a amizade com o empresário e magnata dos tecidos Marcel Boussac, que em 16 de dezembro de 1946, no numero 30 da Ave Montaigne, nascia The House of Dior.
Gênio do marketing, Dior fez o caminho contrário dos seus contemporâneos, Chanel, que apostava na androginia, prestes a lançar seu ícone tailleur de modelagem "boxy", Balenciaga que apostava em construções geométricas e cerebrais, e Dior, que investiu na "ampulheta" que ele renovava de 6 em 6 meses.
Foi acusado por Chanel de "estofar" suas clientes, mas essas adoravam, por muito tempo já na época a MAISON DIOR ficava aberta até a meia-noite para atender a horda de francesas que queriam ser "estofadas"  por ele. 
Todas interessadas em "comprar" a feminilidade, a sexualidade, e o poder que ele vendia, e vendia caro - em forma de roupas muita das vezes pesadas e desconfortáveis.
A mensagem é clara : Be a Lady !
Em 1947, com a ajuda da sua equipe que incluía nome como Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção feminina batizada de "Carolle", aonde apresentou então a revolucionária saia na altura do tornozelo, logo apelidado por Carmel Snow - Editora da Harpe's Bazaar americana, de "New Look"


Cheia de novidades e variações para a época, foi um sucesso imediato, marcado por ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos e fartos, com cintura fina e ombros à mostra. O modelo que se tornou simbolo dessa coleção, o "Tailleur Bar", um casaquinho de seda bege cintado (ajustado na cintura), ombros naturais e uma ampla saia preta plissada que vinha quase a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu tornavam o look totalmente sofisticado, tornou-se na época o "the must have" da coleção e seguiu fiel a seu desenho original por mais uma década.



Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito New Look trazia a extravagância e o exagero do pós guerra: vestidos que tradicionalmente eram feitos com 5 metros de tecido, agora usavam algumas vezes até 40 metros.
Com essa postura Dior de cara conquistou o munda da alta costura pelo impacto que suas criações causavam, afinal para ele "as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar".
Dior mudou o conceito de praticidade e simplicidade nas roupas femininas, até então uma tendencia clara criada por sua contemporânea e conterrânea Chanel.
Afinal, sobre o ponto de vista do estilista a mulher do pós guerra estava ansiosa para recuperar a elegância e o verdadeiro luxo.
Nos bailes, acontecimentos sociais que substituiriam os jantares na Europa, mulheres ricas , celebridades e poderosas, compareciam usando DIOR.
Inspirado no século 19, o estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, vestido longos, o busto acentuado e a cintura, sempre bem marcada e saias amplas, sinônimos de Dior.


Embalado no sucesso de sua grife, em 1947, nascia a divisão de perfumes, PARFUMS CHRISTIAN DIOR, e foi lançado o perfume ícone Miss Dior. Revolucionário, começa a desenvolver no restrito mundo da alta costura: cria um divisão de peles e assina licença com fabricantes de acessórios.
Devido ao sucesso retumbante da coleção New Look e a volta por cima da beleza extremamente feminina atraiu também as celebridades da época, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich vestiam DIOR.
Era 1949, dois anos após a inauguração da MAISON DIOR, responsável por mais de 5% das exportações francesas. E Dior já tinha em plena Quinta Avenida - Nova Iorque,  sua boutique de luxo.
1954 , ele mudou tudo e apresentou ao mundo a coleção H (de haricot vert, uma vagem comprida em sua tradução).
Nada de bustos e cinturas apertadas, era vez dos vestido tubulares que escondiam as formas do corpo.
Também criou vestidos luxuosos com muita seda e tule bordado, usando já tecidos transparentes, saias sobrepostas de comprimentos diversos.


A linha Y de Dior,  nasceu em 1955 e mostrava o corpo longo com a parte superior mais pesada, golas grandes em forma de V.
Em seguida a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto , ou mesmo da cintura, para formar dois lados de um A.

Você deve ter notado, Dior batizava suas silhuetas com as letras do alfabeto (marketing puro), mas não abria mão da cintura marcada e da saia midi. A linha dos vestidos-saco, foi uma tendencia criada por Balenciaga e depois da coleção dessa linha, Dior sempre seguiu suas características que definem até hoje seus modelos.

Com 52 anos, 10 após fundar a sua Maison, Dior, morre precocemente no dia 23 de outubro de 1957 de um ataque cardíaco fulminante.
Deixou um verdadeiro império do luxo, 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados número impressionantes para a época de uma Maison com 10 anos de existência. 
Esse estilista, tímido francês que construiu uma marca de desejo até os dias atuais, consagrado fora e em território Americano, foi capa da Times, acusado de banalizar a cultura francesa.... estava a frente do seu tempo... expandido seu império a Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.


Após sua morte, um jovem assistente , irrequieto e talentoso já aos 21 anos, Yves Saint Laurent, que logicamente gerou protestos aos discípulos de Dior, ao criar peças pouco tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos.
Apesar das mudanças, a primeira coleção pós morte de Dior, foi aclamada pelos críticos, pois realizada em apenas 9 semanas, os cortes eram perfeitos, os tecidos requintados e cheio de detalhes meticulosos, como Dior a faria.




Era 1960 quando Saint Laurent resolveu abrir sua própria Maison, sendo substituído pelo estilista francês, Marc Bohan mais conservador e experiente que YSL, que teve a coleção de mais destaque em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, casacos amplos, de cintura apertada, vestidos longos e botas.
No final dessa década, dois momentos foram de extrema importância para a DIOR, em 1967 era inaugurada a primeira loja masculina DIOR HOMME e, em 1969, era estabelecida a divisão de cosméticos, que consolidou a marca DIOR ainda mais como ícone do segmento de luxo.


Em 1989, era a vez de do italiano Gianfranco Ferré a frente da Dior, numa clara tentativa de renovação da Maison e, na sua primeira coleção, ganhou o prêmio Dedal de Ouro, na época uma premiação criada pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada.
E a Maison Dior crescia, se expandia pelo mundo, com novas (e luxuosas) lojas em Nova Iorque, Loas Angeles e Tóquio.
Ao mesmo tempo, com 3 tentativas frustadas de reviver o brilho de Christian Dior, a marca passou a década "adormecida".


Até que próximo ao seu final, em 1996, um cidadão inglês, embora nascido em Gibraltar, John Galliano, assumiu o cargo de diretor criativo da grife (alta costura e prêt-à-porter feminino).
O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o aval de Bernard Arnault, todo poderoso do grupo LVMH que adquiriu a grife Dior em 1985.
Foi um choque para os franceses, afinal Galliano, rebelde, inglês a frente da MAISON DIOR !
Porém , como já acontecido por outras vezes, em uma ano a marca voltou a gerar (muito) dinheiro e lucros.
Galliano causou dois "escândalos", no bom sentindo da palavra e, em se tratando de John Galliano, primeiramente por ter sido contratado para ficar a frente da marca francesa, e, o lançamento da "coleção mendigos", um frisson misturar os vestidos com mendigos na passarela, o estilista com personalidade forte e convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, sempre usou e abusou em seus shows de trapezistas, acrobatas, monges Shaolin, freiras , esfinges..... esse gênio rebelde, não precisava falar em público, sua imagem e suas ações geravam notícias.


Diretor artístico de todas as coleções femininas da DIOR (alta costura, prêt-à-portes, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também ficou responsável em cuidar da comunicação da marca, desde campanhas publicitarias ao designe de vitrines.
Seu temperamento forte e rebeldia  iriam causar problemas para a marca.
No início de 2011, o estilista, após insultos antissemitas em um bar em Paris, foi demitido da marca francesa. e Bill Gaytetten assumiu o posto interino.
Finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado o novo diretor criativo da Maison.


O documentário Dior e Eu, trata, dos bastidores do primeiro desfile de Raf Simons para a Maison Dior onde o diretor Tcheng, com uma equipe mínima, para manter a intimidade, acompanho o processo de criação por 2 meses.


E você , agora , com muito mais informações desse famosos estilista francês, características pessoais e profissionais, criador de um império de luxo, pode, compreender melhor o mundo DIOR.

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