quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O estilo das marcas - BALENCIAGA





"Um costureiro deve ser um arquiteto no design, um escultor na forma, pintor na cor, músico na harmonia e um filósofo na medida" , assim Cristóbal Balenciaga , metre da alta costura, define a profissão aonde foi mito por muitos anos. A marca BALENCIAGA se tornou top de linha em se tratando de moda de luxo. Tudo com muito elegância e refinamento.

Nascido na região basca da espanha, em 21 de janeiro de 1895, Cristóbal Balenciaga Eizaguirre era filho de pessoas simples, pai pescador e mãe costureira.
Ainda jovem, apadrinhado pela marquesa da Casa de Torrés, que lhe apresentou o mundo da alta costura aos 12 anos de idade Balenciaga desenho seu primeiro vestido.
Formou-se alfaiate, em 1918, e em San Sebastian, norte da Espanha, se associou a Charlottee Lee e abriu seu primeiro ateliê.
Na sequencia, era a vez de Madrid e Barcelona, onde atendia a família real e membros da corte Espanhola.
Quando a Guerra Civil espanhola deu inicio, em 1936, o estilista se viu obrigado a fechar suas lojas e fugir da sua terra natal, refugiando-se na França, país que faria fama com seu jeito reservado, com pouco contato com a imprensa.
E foi na "cidade luz" que Balenciaga marcou para sempre a historia da moda.
Em agosto de 1937, juntamente com os sócios Nicolás Bizcarrondo e Wladzio Jaworowski, inagurou a CASA BALENCIAGA no 10 da Ave Geroge V.

Sua primeira coleção foi um sucesso retumbante de público e imprensa, rapidamente atraindo celebridades e damas da alta sociedade Parisiense que corriam a sua Maison em busca do perfeccionismo do estilista.


Nesta momento, o mundo da moda era mais "internacional" possível, Coco Chanel, francesa, Elsa Schiaparelli, italiana, Edward Molyneaux, irlandês, Robert Piquet, suíço, Rosse Bocher, americano. Obviamente Balenciaga ficou conhecido como "o espanhol", e logo foi celebrado pela concorrência como o ápice da perfeição na confecção.
"A alta costura é como uma orquestra da qual apenas Balenciaga pode ser o maestro. Todo o resto de nós somos apenas músicos, seguindo as direções que ele nos dá" disse Christian Dior  e isso demonstra como o espanhol era visto dentro do mundo da moda.
Outra de suas concorrentes, Coco Chanel afirmou certa vez que o espanhol era "um verdadeiro costureiro, ele sim, sabia cortar tecidos e costurá-los com perfeição. Todos os outros - incluindo a sí própria - eram apenas, desenhistas".



O desenho de Balenciaga trazia toda a referencia cultural espanhola, além de inspiração de pintores como Diego Velázquez e Francisco Zurbarán.
Isso sem comentar prateleiras repletas de revista de moda do século 19, das quais, era capaz de reproduzir modelos linha por linha.
As criações de Balenciaga sofriam dessas influências com o que há de mais elaborado em corte e costura, era exímio ambidestro nas tesouras e agulhas.
O resultado de tudo isso foi um estilo único, audácia de volumes, pureza de linhas e rigor arquitetônico.
Suas roupas eram obras de arte, sob medida, caimento estruturado.
Em 1939 lançou modelos com diferentes cortes de manga, quadris drapeados, busto ajustado, em 1942, as jaquetas largas e saias evasês (começando mais justa e ganhando amplitude na parte inferior) que compunha a "linha Tonneau", criada pelo estilista.




Em 1946 lançou o seu primeiro perfume, chamado "Le Dix". em 1948, uma nova fragancia surgia "La fruite des heures".


Mas, foi somente no pós guerra que Balenciaga se tornou uma marca internacionalmente conhecida, em 1951 ele transformou totalmente a silhueta feminina alargando os ombros e removendo a cintura de suas criações, em 1955, criou o vestido túnica, wish dress da época.


Temporadas de desfiles sempre foi um ocasião importantíssima para as revistas de moda, e na época, não era diferente, mas Balenciaga em 56 revolucionou mais uma vez, marcando seus lançamentos para depois das rotineiras maratonas de desfiles, com essa jogada de marketing, ganhava espaço maior e exclusivos em revistas como Vogue e Harper's Bazaar. Givenchy podemos dizer, pegou carona na ideia e acabava dividindo as atenções editoriais , isso na segunda metade dos anos 50's.
Fotos em seus desfiles eram expressamente proibidas, somente a revista Vogue poderia publicar algumas previamente selecionadas pelo estilista.
Foi em 1957 que apresentou seu "vestido camisa" , e o "vestido saco" nomes nada fashion, são assim até hoje conhecidos essas peças, e em 1958 um dos seus maiores ícones, o vestido baby doll.
As fotos ilustrativas são retratos do estilo vanguardista do costureiro:





Em 1963, sua linha de produtos com a label BALENCIAGA é ampliada com o lançamento de um coleção de botas, ainda nesta década o costureiro cria casacos amplos, soltos, com magas morcegos.



A década de 60 trouxe mudanças radicais, para a sociedade e por consequência, para a moda.
Não conseguindo trabalhar uma linha Prét-à-Porter, devido ao acabamento perfeito de suas roupas e tecidos de alta costura, acaba se aposentando em 1968, não antes de criar a última coleção assinada por ele e ,os uniformes das aeromoças da Air france.
Sua morte em 24 de março de 1972, fizeram a grife BALENCIAGA cair no esquecimento por anos, gerenciadas pela família dos estilista nos anos 70 e 80 sem obter sucesso.
No final dos anos 90, com a chegada do estilista francês Nicolas Ghesquière a maison BALENCIAGA voltou a respirar alta costura e volta ao topo do mundo da moda de luxo.
Nicolas consegui então trazer uma incrivel modernidade à marca durante esse período a marca BALENCIAGA foi comprada pelo grupo GUCCI, e, até 2013, Nicolas esteve a frente das coleções da famosa Maison.
Na sequencia, mantendo o glamour da marca, o estilista americano Alexander Wang permaneceu a frente da label até meados desse ano.
Escrever um post sobre Cristóbal Balenciaga é como reverenciar um dos maiores criadores da historia da moda, ilustra-lo é como recriar um livro de arte e para não errar me prolongando, termino com uma frase do próprio costureiro:

"Não acrescente detalhes inúteis. Não coloque uma flor simplismente porque você tem vontade de fazê-lo, mas para indicar o centro da cintura, o ponto final de um desenho".


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